O que eu lia ou ouvia falar por ai de Charles Bukowski é que era uma leitura muito profunda, só para os espertos. Minha curiosidade só aumentava a cada citação que me deparava pela internet, e de repente, lá estava eu, lendo meu primeiro romance escrito pelo autor. Nessa experiência lendo Hollywood, descobri que Bukowski é mesmo um cara profundo, mas ainda sim extremamente simples, escreve a realidade nua e crua, sem rodeios, sem metáforas, o que acaba criando um grau de identificação gigantesco a cada parágrafo que se lê.
Sinopse: “Henry Chinaski, escritor de meia-idade de relativo sucesso e com um público fiel, é contratado por uns bacanas de Hollywood para escrever um argumento cinematográfico. Entre eles está Jon Pinchot, um diretor visceral e incansável que fará de tudo para ver o argumento de Chinaski transformado em filme. O romance narra todas a produção do filme, desde as dificuldades para conseguir um estúdio que o aceitasse até sua estréia.”
O livro é altamente biográfico, Bukowski usa seu alter-ego para contar sua experiencia ao escrever o roteiro para o filme Barfly, no caso do livro, A Dança de Jim lee, onde o autor seria Chinaski, que odeia cinema mas decide escrever um argumento mesmo assim pelo dinheiro.
A narrativa é cheia de diálogos incríveis e cenas muito engraçadas, e no final de cada capítulo eu sempre me pegava perguntando o quanto daquilo seria realmente verdade.
Hollywood foi o primeiro livro de Bukowski que li mas com certeza vou buscar mais obras do autor. Como sempre minhas resenhas pobres, então vou deixar aqui o link de uma ótima crítica (certamente melhor que a minha) sobre o livro.
Uma das minhas citações favoritas:
"A simplicidade é sempre o segredo para uma profunda verdade, para fazer as coisas, para escrever, para pintar. A vida é profunda em sua simplicidade. (...) Contudo todos nós precisamos de fuga. As horas são longas e têm de ser preenchidas de algum modo até nossa morte. E simplesmente não há muita glória e sensação para ajudar. tudo se torna logo chato e mortal. Acordamos pela manhã, jogamos os pés para fora da cama, colocamo-los no chão e pensamos ah, merda, e agora?"